quinta-feira, 9 de abril de 2009

GESTÃO DE CUSTOS DA QUALIDADE


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Os Custos da Qualidade
Evandro Brandão Barbosa

As discussões sobre os diferentes conceitos de “qualidade” não são recentes. É possível imaginar o surgimento dessa polêmica muito antes da era atual, quando Aristóteles esclarecia que "a perfeição deveria ser um hábito e não um ato". Então, a qualidade é a busca incessante da perfeição na fabricação de produtos e na prestação de serviços, quando a relacionamos com as atividades organizacionais. Se ampliarmos tal conceito, no entanto, a qualidade pode ser compreendida como a criação do hábito de ser e fazer perfeito, sempre.
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No passado, a abordagem da qualidade restringia-se ao controle da qualidade, o qual normalmente ocorria ao final da produção ou da prestação dos serviços. Portanto, o setor de controle da qualidade realizava a inspeção dos produtos e selecionava aqueles em condições de atender às necessidades dos clientes e somente os produtos aprovados eram comercializados. Os produtos defeituosos ou passavam por um processo de reparos e retrabalhos ou eram considerados como perdas. Porém, essa visão tradicionalista da qualidade está ultrapassada; a qualidade hoje é cuidada em todas as fases do processo produtivo, pois a empresa é um sistema e como tal deve funcionar de forma integrada, sistêmica. A busca da perfeição precisa ser um hábito e uma responsabilidade de todos os integrantes da empresa, em todos os processos de produção.
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A busca da perfeição tem um preço, cujo nome não deveria ser custo da qualidade, como se os gastos em prol da qualidade realmente representassem custos; ao contrário, tudo o que for direcionado para a qualidade significa investimento, pois o retorno é positivo e certo. Porém, a competitividade do mundo atual ainda não alterou determinadas terminologias na área da Administração e da Contabilidade das empresas; dessa forma, a terminologia “custos da qualidade” está consolidada nacional e mundialmente, a qual tem sido comumente utilizada.
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A produção de bens e serviços, de acordo com padrões previamente estabelecidos, gera resultados com níveis diversificados de qualidade; ou seja, alguns produtos ou serviços podem se apresentar sem variações ou com algumas variações aceitas pelas normas de padronização e especificações dos mesmos. Nessa faixa de variação não são considerados os produtos e/ou serviços não aceitos pelo padrão estabelecido, pois estão fora da conformidade, fora das especificações; esses representam os desperdícios, pois não devem ser comercializados.
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Quanto mais próximo do nível zero defeito estiver o produto ou o serviço, mais elevada é a qualidade do mesmo. A busca da perfeição provoca custos da qualidade, os quais são classificados em quatro categorias: prevenção, avaliação, falhas internas e falhas externas. A eficácia das atividades de prevenção e de avaliação reduz as possibilidades de geração de custos das falhas internas e externas. Portanto, a construção e a efetivação de um programa de qualidade no interior de uma organização, de forma participativa, pressupõem o conhecimento da necessidade de a empresa incorrer em custos da qualidade..
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Os custos da qualidade denominados de prevenção e de avaliação são considerados custos na área de controle, enquanto os custos da qualidade conhecidos como custos das falhas são considerados como custos das falhas internas quando as variaçãoes, os defeitos são detectados ainda no interior da empresa fabricante do produto ou prestadora dos serviços; quando as variações, os defeitos dos produtos ou serviços são detectados fora do ambiente da empresa, ou seja, pelos clientes, os custos da qualidade denominam-se custos das falhas externas, os quais são muito mais altos para a empresa.
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Logo, os custos da qualidade, de uma forma geral, têm o objetivo de buscar a condição de zero defeito em todas as fases de qualquer processo produtivo, seja de produto, seja de prestação de serviços. Os desperdícios, por exemplo, implicam em custos da qualidade, porque tais produtos ou serviços foram gerados em dissonância com o que havia sido planejado e, conseqüentemente, comprometerá as metas de produção previamente estabelecidas; os desperdícios em determinada fase de um processo produtivo tendem a provocar escassez em outras áreas da produção.
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Embora os custos da qualidade sejam reais no interior das organizações, nem sempre são devidamente computados, principalmente em relação à natureza de tais custos. Os custos relativos aos desperdícios, por exemplo, não devem constar da planilha de custos totais das organizações com o objetivo de ser incorporado ao processo de determinação do preço unitário do produto. Porque os desperdícios representam ineficiência administrativa e operacional das organizações, por isso não devem ter seus custos pagos pelos clientes através de preço elevado do produto. Cabe às organizações estudarem maneiras, formas de solucionar os problemas relativos aos desperdícios e pagar por tais custos, sem transferi-los aos clientes; se a ineficiência é da organização, ela mesma deverá ser responsável pelos custos incorridos.
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Considerando-se os custos da qualidade como investimentos em busca da perfeição, cujo retorno positivo significa sucesso no mundo competitivo das organizações, justificam-se os interesses das instituições de ensino superior e dos empresários na formação de tecnólogos em Gestão da Qualidade. Habilidades conceituais, humanas e técnicas são desenvolvidas durante as práticas profissionais, mas as teorias são compreendidas em fase anterior, durante os estudos dos conteúdos programáticos em cursos superiores; assim, os alunos tornam-se capazes de conhecer e ter atitudes para potencializar o comprometimento da empresa e de todos os responsáveis pela qualidade.
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A eficácia da gestão dos custos da qualidade revela-se na busca da redução ou até mesmo na eliminação dos custos da qualidade das falhas internas e externas; a possibilidade dessa busca concretizar-se está no planejamento, organização, direção e controle da qualidade do projeto e da qualidade da conformação de produtos e serviços, o que significa investir em custos de prevenção, inicialmente altos, mas capazes de reduzirem os custos de avaliação e evitar os custos das falhas.
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Portanto, a racionalização dos custos da qualidade significa gerir com excelência os processos de produção de bens e serviços, em busca da condição de zero defeito. Essa racionalização indica que os custos da prevenção somados aos custos da avaliação são altos (representam investimentos), daí os produtos e/ou serviços não apresentarem falhas e assim não haverá custos das falhas internas e nem externas. Os produtos e/ou serviços encontram-se dentro da conformidade, em condições de elevar o nível de satisfação dos clientes internos e externos das organizações; maior vantagem competitiva, ampliação das possibilidades de conquistar maior faixa de mercado, em decorrência da qualidade apresentada em um ambiente competitivo.
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Dessa forma, pode-se compreender que embora a perfeição seja considerada uma utopia, enquanto teorização; na prática, a sua busca é o objetivo daqueles que previnem e avaliam os processos produtivos, enquanto incorrem em custos da qualidade e são responsáveis pela continuidade das operações das organizações no seu nicho de mercado, com elevado nível de competitividade. Por isso, os custos da qualidade representam a busca do zero defeito; um cenário de produção de um bilhão de unidades de produto e a ocorrência de defeitos em apenas uma ou duas unidades, essa é uma condição de zero defeito. A idéia de conviver com a ocorrência de dez, quinze defeitos após a produção de mil unidades, está ultrapassada, pois integra os pensamentos tradicionais sobre qualidade.
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Na atualidade, buscar a condição de zero defeito é uma imposição do mercado competitivo, no qual a visão restrita de minimizar custos e maximizar lucros, oriunda da análise marginal, foi abandonada; a busca do zero defeito, pelos gestores das organizações de hoje, alinha-se à visão de maximização da riqueza dos acionistas, via atendimento às satisfações das necessidades dos grupos de interesse que se relacionam com a organização, via aumento do lucro real por ação. Portanto, os custos da qualidade integram-se perfeitamente nessa nova visão. Aqueles que concentram-se apenas na maximização dos lucros das organizações, supervalorizam o curto prazo e correm o risco de não mais existir no médio e no longo prazo.

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SLIDES DA PRIMEIRA AULA

Slides - PRINCIPAIS MÉTODOS DE CUSTEIO

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Apostila de Custos da Qualidade
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A Contabilidade de Custos - arquivo em PDF
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Custeio ABC para TI - PDF
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Apuração de Custos: o ABC como uma Metodologia Estratégica - arquivo .PDF
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Aprenda a implantar o Custeio ABC
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Modelo de Software para custeio ABC

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